quarta-feira, agosto 30, 2006

Oque é EFEDRINA ?

Diversas lojas vendem esse produto
Parece mentira, mas suplementos alimentares com efedrina, cuja venda está proibida no Brasil, são facilmente adquiridos por aqui e nos mais diversos pontos-de-venda. Nos Estados Unidos, a FDA (agência norte-americana que regulamenta a produção de medicamentos e alimentos) alerta aos consumidores que não usem a substância. Conhecida por sua ação como acelerador de queima de calorias, a efedrina é vendida em lojas de suplemento alimentar, em academias de ginástica e pela internet --se bobear, até na clínica do acupunturista. Segundo estudo divulgado pela Associação Médica Americana no início deste ano, a efedrina provocou a morte de cinco pessoas, outras cinco tiveram problemas cardíacos, 11 sofreram acidente vascular e quatro consumidores tiveram ataques de epilepsia. No esporte, seu uso é considerado doping. E engana-se o consumidor de suplemento alimentar que se considera protegido pelo rótulo do produto. Muitos deles não indicam a presença de efedrina. "Você pode estar tomando sem saber", alerta a nutricionista Marcela Ferreira, do Celafiscs (Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul). Ou, ainda, no caso dos importados, há embalagens sem informações em português, como manda a lei. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) alega que faz inspeções periódicas por amostragem e que não tem como verificar a totalidade dos produtos oferecidos no mercado. O órgão atua mediante denúncia por telefone ao Disque Saúde (tel. 0800-611997) ou feita às vigilâncias sanitárias estaduais e municipais, diz Antônia Aquino, gerente de produtos especiais da agência.
A substância ficou conhecida no mundo todo por seu suposto poder de acelerar a queima de calorias. É encontrada também com os nomes de ma huang, ephedra, efedra chinesa e extrato de efedra na fórmula de suplementos vendidos ilegalmente no Brasil, como os produtos da foto abaixo, que foram comprado em uma loja no centro de São Paulo.

Considerada dopante para a prática de esportes, a efedrina promove dilatação dos brônquios, facilitando a entrada de ar, o que pode ajudar os atletas a respirarem mais ar por minuto, melhorando o rendimento. Porém ela estimula o sistema nervoso central, aumentando o metabolismo do organismo e a frequência cardíaca e provocando descarga de adrenalina.

Em pouco tempo de uso, a pessoa pode notar aumento do nervosismo, tremores, vertigem, alterações da pressão arterial, cefaléia e problemas gastrointestinais. "Seu efeito é mediado pela genética, variando de pessoa para pessoa. Uma pequena dose já pode causar impacto na saúde", explica Victor Matsudo. No começo deste ano, diz o médico, dois jogadores de futebol americano de Nova Orleans (EUA) morreram vítimas da substância.

Além de efedrina, outras substâncias ilegais no Brasil continuam sendo comercializadas. A afirmação é do diretor técnico da Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri), o médico Euclésio Bragança. "O Paraguai continua aí, do nosso lado. A Abenutri não tem poder de polícia, mas, se descobrir que um associado vende, fabrica ou importa efedrina, vai tomar as providências. Além de ética, a discussão é financeira também: o jogo fica desigual se alguém vende e outro não", diz o médico.

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